Star Wars d20 Revised

Sistema D20. Ame-o ou deixe-o.

     Em algum momento de 2000, a Wizards of the Coast lançou a tão aguardada versão D20 de Star Wars, depois de meses negociando a licença que por muito tempo, esteve nas mãos da West End Games. A Licença Aberta estava engolindo tudo. A possibilidade de poder usar e monetizar em cima do conjunto de regras do maior RPG do mundo era de fato, tentador.

    Nunca joguei a primeira versão, mas em 2002 saiu a versão revisada e atualizada com o Episódio II: o ataque dos clones, que havia estreado poucos meses atrás. O que falar desse jogo que me acompanhou por longas e inesquecíveis campanhas? Bem, é o sistema D20 com todas as suas características. Muito baseado em regras, muitos talentos e focado em classes bem delimitadas. “Você é um mecânico, um nobre, um colono, um soldado ou um jedi? Um jedi consular ou guardian?”

    Gostava do sistema de Wound/Vitality Points. O primeiro representa seus pontos de vida REAIS. Se eles são reduzidos, seu personagem está sofrendo dano e provavelmente sangrando. O segundo representam a Fadiga. Se o tiro de um stormtrooper te “acertava”, você reduzia o Vitality primeiro. Um acerto crítico, vai direto nos Wound Points. Foi uma regra bem sacada (mas talvez desnecessária) para mostrar que nos filmes as tropas imperiais podia não acertar ninguém, mas estavam abaixando a fadiga dos nossos heróis o tempo todo. Talvez consiga ver sentido nisso.

     Os poderes da força (chamadas Force Skills), eram testadas como testes normais de perícia, só que quando maior o seu resultado, melhor era o efeito e o gasto de Fadiga do personagem. Mas confesso que era confuso, pois alguns poderes eram considerados como Force Skills e outros, como Force Feats. No mais, era mecanicamente idêntico ao D20 como o conhecemos: para avanço de níveis padrão, lista de equipamentos, lista de naves, classes de prestígio e talentos. Muitos talentos.

PONTOS FRACOS:

- Esgotado: esse livro é difícil de encontrar à um preço bacana. Parece que tem uma galera fiel a ele e que não se desfaz facilmente.

- Em inglês: essa versão nunca recebeu versão oficial traduzida.

- D20: isso pode ser ruim ou bom se você ainda se diverte distribuindo pontinhos de perícia e colecionando talentos (e analisar seus pré-requisitos). E mais: o livro aborda os famigerados ataques de oportunidade e todo aquele tratamento tático do D&D 3ª edição. Logo, miniaturas (ou outros tipos de visualização) já são recomendadas. Além disso, como todo D20, as classes são muito engessadas. Claro que é possível fazer multi-classe, mas aí, terá que lidar com as regras de multi-classe...boa sorte.

PONTOS FORTES:

- D20: se você já joga e gosta do sistema D20, não terá que aprender todo um novo conjunto de regras. Está tudo lá. 

- O Sistema de Wound/Vitality Points: meus jogadores demoraram para entender como os Vitality Points eram abstratos. Mas eles quase emular as cenas de combate dos filmes. Quase.

- D&D no espaço: sem nenhum esforço, você pode jogar D&D no espaço e se divertir bastante com isso. Imagine juntar os livros básicos da 3ª edição e usar as parafernálias tecnológicas, as regras da Força para magos, planetas e asteroides recheados de trolls e beholders!

Apesar de a galera estar cansada da geração D20 (saturação com razão, dada a quantidade de títulos nesse sistema que tivemos) ainda gosto desse RPG de Star Wars. Foram muitas tardes participando das Guerras Clônicas e investigando artefatos sith.

Abraço a todos!